OLHOS SEM DIREÇÃO
O que é este céu que a gente não vê
o que é este céu que a gente não toca
Estas nuvens que parecem leite talhado
Supomos que seja azul
Este infinito sem tampa
Este vazio incalculável
Por dentro e por fora da gente
O que são estes corpos
Que adentramos
Tão frágeis tão débeis...
O que será que estou fazendo
Nesta estranha estação
Será que depois desta
Ainda tenho outra missão a cumprir!?
Vivemos por labirintos
Colmeias que seguimos por instintos
Uma coletânea de saudades
Uma liberdade camuflada
Redomas de sentimentos variados
Olhos num horizonte perdido
Tal qual esta linha imaginária
Que pensamos existir
São fios de uma engrenagem
Invisíveis que nos sustentam
As vozes ventriloquias
Que pensamos escutar
São todas meras imaginações
Tudo tão indefinido qual bala perdida
Preenchemos lacunas
Mais estamos sem estarmos preenchidos
Um poço sem fundo, pontes ciliares
Sulcos rasos escorrem deste olhar
Destas lagoas que pensamos ver o mundo como nosso lar
Tudo muda num piscar de olhos...Até nos quedarmos silenciosos
Dentro deles....
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