QUASE MANHÃ

QUASE MANHÃ

A lua me acorda

De um sono latente

Vem domar um corpo

Quase que ausente

Do incurável fastio

Quase sempre presente

Corpo domado numa cabeça que singra

A procura de vida e histórias

Devaneios atrozes o atormentam

Afinal lunático procura o enleio

Em regaço apaixonante

Por detrás de nuvens cortinadas

Que cobrem o sepulcro

E impedem a luz platinada

A seu combate chega a aurora

Espantando calcanhares de aquiles

E a manhã afogueada

Açoda a brasa do viver

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 19/06/2019
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