Relativismo da crença sintomática

Sufoquei o discernimento de quem disse entender tudo sobre a vida através da matéria 

Precisei questionar esses muros por um tempo, descontruir toda imagem nesse momento 

Um insight me despertou pra deslocar além do que vejo, esqueci um pouco da máscara no espelho

Sem estranhamento por uns dias ao meu olhar desatento, corroendo o íntimo e divagando no vento

Sempre estive vivo no presente, pulando do pêndulo ao movimento circular rotineiro 

Ninguém disse que eu precisaria tanto de mim mesmo ao caminhar sobre as farpas do medo 

Tô sendo meu veneno e antídoto pra alma, sou obrigado a alimentar a calma 

Quando o que mais espero é viver intensamente até a lágrima mais densa, ultrapassando o falso dilema imposto

Só sei sentir essa ruptura no sossego sem explicação dedutiva exigida nitidamente 

Na consequência que atesta a existência de um monólogo sem natureza no suposto termo coerente 

Ditado pelo reducionismo das mentes, que controla quem pensa sobre o que pensa

Pra evitar as conclusões inevitáveis em que incorrem, enquanto a credulidade atrativa não cura essa doença

Me refugio na caverna que me assombra e aquece meus amores enterrados

Como as páginas guardadas que nunca mais leio mofando no armário... 

Cansei do desgaste de apontar o destino, agora o abrigo é onde se encontra o risco 

Da imprevisível improbabilidade, burlei as normas do jogo que não tem árbitro nem objetivo

Na irregularidade eu enxergo a mais profunda abstração da existência

Pouco importa a semântica perto do toque no âmago da sintonia na mesma frequência 

Transmitida pela conexão imagética tão tênue quanto os conceitos e suas reais ocorrências

Cada vez duvidando mais da certeza, fragmentando minha estrutura líquida nesse fluxo de consciência...

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 19/06/2019
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