Relativismo da crença sintomática
Sufoquei o discernimento de quem disse entender tudo sobre a vida através da matéria
Precisei questionar esses muros por um tempo, descontruir toda imagem nesse momento
Um insight me despertou pra deslocar além do que vejo, esqueci um pouco da máscara no espelho
Sem estranhamento por uns dias ao meu olhar desatento, corroendo o íntimo e divagando no vento
Sempre estive vivo no presente, pulando do pêndulo ao movimento circular rotineiro
Ninguém disse que eu precisaria tanto de mim mesmo ao caminhar sobre as farpas do medo
Tô sendo meu veneno e antídoto pra alma, sou obrigado a alimentar a calma
Quando o que mais espero é viver intensamente até a lágrima mais densa, ultrapassando o falso dilema imposto
Só sei sentir essa ruptura no sossego sem explicação dedutiva exigida nitidamente
Na consequência que atesta a existência de um monólogo sem natureza no suposto termo coerente
Ditado pelo reducionismo das mentes, que controla quem pensa sobre o que pensa
Pra evitar as conclusões inevitáveis em que incorrem, enquanto a credulidade atrativa não cura essa doença
Me refugio na caverna que me assombra e aquece meus amores enterrados
Como as páginas guardadas que nunca mais leio mofando no armário...
Cansei do desgaste de apontar o destino, agora o abrigo é onde se encontra o risco
Da imprevisível improbabilidade, burlei as normas do jogo que não tem árbitro nem objetivo
Na irregularidade eu enxergo a mais profunda abstração da existência
Pouco importa a semântica perto do toque no âmago da sintonia na mesma frequência
Transmitida pela conexão imagética tão tênue quanto os conceitos e suas reais ocorrências
Cada vez duvidando mais da certeza, fragmentando minha estrutura líquida nesse fluxo de consciência...