O AMANHÃ

Com a calma que desponta

O amanhã se apronta.

Diria que segura o espaço

Inquietante cansaço.

Regula a insensatez

Na penumbra da surdez.

Esquece que pode mudar

E caminha sem se importar.

Constrói alguns elos

Com gosto de caramelos.

O sabor pode surpreender

Conforme segue o viver.

Se é doce como melaço

Pode ter força como o aço.

E se perde pelo cardume

Esquece o azedume.

Na perfeita aridez

Constrói sua acidez.

E não cansa de desejar

O mundo inteiro transformar.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 18/06/2019
Reeditado em 21/06/2019
Código do texto: T6676039
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