A ARTE DE SE FAZER POESIA
Ser poeta é entrar em conexão com a magia das palavras.
É exercer livremente a sensibilidade.
Tantos estímulos viajantes que, volta e meia,
aguçam a capacidade criativa.
Ser poeta é saber plantar, semear, cultivar...
Como bons lavradores no cio da terra.
Pois a poesia também necessita de fertilização.
O adubo empregado é a sua própria inspiração.
Dos grãos semeados, brota-se o significado da existência.
O solo irrigado ou umedecido pela água da chuva,
acolhe a sensibilidade dos versos e estrofes.
E os versos, ante todas as agruras do Viver,
têm a capacidade de chorar, de se lamuriar...
Mas também de sorrir, de se exaltar...
O poeta não somente sofre, também sonha...
Consegue penetrar num planeta distinto,
nunca sequer detectado por cientistas.
Mostra-se o verdadeiro detentor das vivências espaciais.
O poeta é um astronauta diferente.
Busca atingir toda a intensidade da alma,
da mesma forma que cria ou recria o seu universo.
Os versos são simplesmente transcendentais...
As palavras têm poder de viajar anos-luz de distância,
de alcançar a imensidão do horizonte íntimo,
de penetrar nos mistérios mais profundos do mundo,
de estar presente no consciente e no inconsciente.
Quanto mais profundo o horizonte do poeta,
maior a capacidade de semear os sonhos.
E quanto maior a capacidade de semear os sonhos,
mais fértil se mostra a sua sensibilidade.
A poesia, simplesmente, se comunica com o mundo...
Alumia todos os aspectos do Viver.
Encontra-se em diferentes cantos e esquinas.
É composta de grãos de afeto e energia.
Pelo seu caráter transcendental,
dá bom dia ao sol, boas vindas á chuva, boa noite às estrelas,
reconhece o canto dos sabiás e demais aves canoras,
dialoga com as alegrias, tristezas e intempéries humanas.
A poesia é também a luz das circunstâncias
e se faz presente tanto nas utilidades quanto nas frivolidades...
Assim como a magia das palavras viajantes,
envolvidas nessa importante missão.
Dispostas de diferentes formas no papel,
sejam por meio de rimas metrificadas
ou através de versos e estrofes livres.
Mas, diga-se de passagem, sempre de braços dados com a arte.
O poeta, desse modo, é uma espécie de engenheiro singular.
E os versos, as principais fontes dos desejos e emoções.