Não me roube
Não me roube o último sonho
que escoa da taça que contém
o vinho da inspiração poética,
enofilias que se esvaem em plumas
de palavras embriagadas de lucidez.
Não me roube o último pássaro
transformado em fênix vernácula
que me traz dialéticas eternas
sobre um mundo que ainda cochila
na penumbra da realidade ilusória.
Não me roube o último poema
escondido entre a pedra e o passo,
verso esquecido no caminho de flores
ignoradas pela multidão de sonâmbulos
enquanto poeta dialoga com as estrelas.