Marcas

Como se arrastar em areia

Sem deixar marcas na jornada?

Sangue não corre por minhas veias

Quando me deparo com o nada

Então eu sorrio para o acaso

Sem ironias em meu semblante

O sorriso torto, impuro e raso

É o que me unge neste instante

Todos sabem seus lugares

E eu fiquei o tempo todo de pé

Sóbrio em todos os bares

Estático em qualquer maré

Como se tira da alma a escuridão?

Sem deixar marcas e cicatrizes

Daqueles que me deram o coração

Acreditando que eu ia fazê-los felizes

Então choro quando respiro

Minto quando digo que inspiro

Forjo um sarcófago para minha mente

E ironizo tudo o que você diz que sente

Muitos correm o percurso da vida

Achando que alcançarão os seus valores

Já eu desisti da minha própria corrida

Quando fui dominado por meus temores

Sou feito de barro, sangue e tinta

Sou tudo o que você quiser que eu sinta

Mas nunca serei capaz de me recuperar

Ao saber que nunca achei o meu lugar

Guilherme-

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 16/06/2019
Reeditado em 16/06/2019
Código do texto: T6674039
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