ecos
Minha mente
Meu calvário mais íntimo.
Estou exausto.
O silêncio
Fala comigo em mil línguas
Todas elas em meu vazio sozinho
Línguas secas,
Em uníssono
E desafinadas cantam:
Obedeça a cada medo seu
Existem outras vozes em contra-canto:
Persista, não desista, acredite
Você pode ser bem melhor em desistir
Elas dizem, dizem e dizem: inútil!
A imaginação voa alta
No peito vazio em combustão,
Um balão num céu sem estrelas
Sem nuvem, sem a noite, sem luz
E toda vez que me vejo quieto
Me vejo bem onde deveria nunca ter saído,
A ausência.
Enquanto vozes baixas de redenção
Falam baixinho: apague a luz,
Há um escuro que é puro silêncio.
São vozes, são ecos
Minha mente
Meu quarto
escuro.
Quando sair, por favor,
Diga em silêncio
O que não viu
E encoste a porta,
Sozinho.