Sou daqui e de todos os mundos
O hoje e o ontem
As divindades do Olimpo, Gaia, o Paraíso e o Inferno
Trago a história da terra e dos seus filhos,
Amarada pelos cordéis.
Canções e entoadas de vó
Os salmos e as rezas dos curandeiros
Cegos, calejados de sangue.
Sou o pai a mãe e o filho
A mão e o pão.
O andarilho errante dessa jornada
Estrelas encarnadas das conjunções
O signo do zodíaco
O silêncio e a maldição dos deuses
Contas de um terço que soletro mansamente,
Mantra, sol, semente.
A voz e o silêncio.
Sou da terra
Aborígene ancestral, ascendente,
Descendente dessa areia
Sou o tempo escorregando na ampulheta,
Que marca o fim dos ossos.
A seiva drenada do útero.
Nasço e morro nesse cordão umbilical.
O ciclo infinito de começos e fins.
São todas as mães, essas manhãs.
Lu GenezConheça o blog externo da autora, acesse
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