Camponesa
Camponesa tão singela
Como pode ser assim bela
Tua vida camponesa
Não me refiro a beleza física
Que tão cedo o tempo apaga.
Falo da beleza interior
Que só entende por certo
Quem te conhece de perto.
Vida dura, eterna luta
Nem por isso te queixas
E onde põe tuas mãos deixas
Um rastro de amor e vida
Quer na planta que cultivas
Ou nos animaizinhos que crias.
Plantas flores, colhes frutos
Lavas roupas, fazes pão
Tiras leite, colhe ovos
A enxada e a vassoura
Deixam calos em suas mãos.
Compartilhas teus seios com os filhinhos
Ao esposo dás carinho
Curas feridas, enxuga lágrimas
Entre sonhos e esperanças
Vais gastando tua vida
Mas camponesa querida
Tua bravura e coragem
Nem sempre é reconhecida
Mas à noite quando tuas mãos postas
Em prece, ao criador agradeces
Por teres vivido mais um dia
E suplicas a Virgem Maria
Que proteja o teu lar
E toda tua família
Eu até posso afirmar
Que a santa lá no céu
Comovida, abençoa sorrindo
A heroína que está a rezar.
Minha homenagem e admiração as valorosas mulheres do campo.