SONETO III (Dedicado a Luis Vaz de Camões)
Saudade,meu amor,meu bem-querer,
Sempre cuidando de afligir a gente:
Os teus beijos,a volúpia ardente,
Sufocados nas cinzas do perder.
Saudade,meu amado!Sem te ver,
A existência é duro espinho,e quente,
Rasgando o peito até ficar dormente,
E meu corpo cansado fenecer.
És bem maior que a Eternidade,
Saudade.Trespassa-me,oh grande dor!
Do sol nem me interessa a claridade
Pois,em vão,teima em lançar seu calor
Sobre este ser prostrado em soledade,
Entregue totalmente ao dissabor.
26 de julho de 2004