Versos, versos
Se verso, encolho-me em universo
Se universo o verso ele agiganta-se
E canta em seus versos os versos
Se canto os versos os universo no vento
E no vento voam passarinhos e folhas
E silêncios e solidões, soluços e soluções
Mas para verso há um universo todo
E como não conheço todos os versos
Invento o que há de mais adverso
E teço parábolas de sono e sonambulizo-me
Liso o verso saiu da memória, fez histórias
Mas se verso somente pelo acaso
Vira um caso de igual loucura, rasgo
O verso ao meio e no meio do nada
Tenho dois versos inteiros, amasso
O verso e o jogo longe dos olhos
Mas o verso enxerga por dentro
Do meu universo, esse verso ligeiro
Me tomou por todos os lados
E me fez assim todo um só avesso.
Milton Oliveira
14jun/2019