Alheia
Estou na concha
Quietinha e calada
Feito ostra ferida
Derramando lágrimas peroladas...
Estou escondida
Feito um velho ermitão
Que se afastou dessa
Vida e foi viver tão distante
Se isolando desta podridão
Estou alheia ao mundo
Livre das palavras inúteis
Longe da maldade alheia
Sou pássaro recolhido
Sou anciã na velha aldeia
Aprumo os olhos cansados e
Do alto deste vasto mundo
Observo o tempo passar
Esperando o dia certo
Para poder retornar
Certamente trazendo pérolas
Como se fosse um colar...
Ou um penacho na testa
Como se fosse um cocar