A Ostra
Pousa, aconchegada
Bem lá no fundo do mar...
Sozinha e solitária,
Imóvel... sem falar.
A Ostra beleza marinha,
Esculpida pelo Criador...
Cada curva, cada linha
Aponta seu escultor!
Observando serena,
Toda vida que diante de sí passa...
Não importa se grande ou pequena,
Ela é linda e tem tanta graça!
Sua presença da um toque,
Especial ao cenário no mar...
Sua alvura dá um foque,
Mesmo com o cardume a passar!
Mas não se vê só beleza,
Escondida naquela brancura,
Mesmo em sua delicadeza,
Esconde- se sua bravura!
Quase inquebrável, é forte
Diante das ondas voluptuosas ...
Redoma que lhe esconde a fronte,
Resiste, mesmo em tempestades poderosas!
Quais segredos guarda,
Nesta arca primorosa?
Porque te escondes assim,
Beleza explendorosa?
"- Meu interior eu escondo,
Pois nem todos merecem enxergar!
Com minha real aparência amedronto,
Quem por aqui estiver a passar!
Mesmo em minha fortaleza,
Também sou vulnerável...
Por fora apenas beleza...
Por dentro um dever incontestável!
Grãozinhos de areia,
Que estão em todo lugar...
Vêem dentro de mim, acham- me feia,
E começam a me machucar!
Sei que são bem menores,
Em vista do meu tamanho...
Mas eles me causam dores,
Me consideram um ser estranho!
Então, minha força verdadeira
E minha real beleza...
Só pode ser vista por inteira,
Por quem possuir a pureza!
Cada dor a mim causada,
Meu alvo corpo até fortalece ...
Mas ela é apenas morada,
Meu interior não perece!
Vivo como ilha isolada,
Muda em meus pensamentos...
A dor quem me torna calada,
Me concentro em meus ferimentos!
Pois mesmo sendo estranha assim,
E a dor me fazer chorar,
A real beleza em mim,
Só em meu interior podes encontrar!
Cada lágrima é causada,
De uma dor, de um ferimento...
Por elas sou recompensada,
Por uma Força no firmamento!
Melhor que receber uma auréola,
Por essa dor sou recompensada...
Minhas lágrimas transformam- se em uma pérola,
Que dentro de mim está guardada!"
Alma Nua,
Terça- feira, 25 de Setembro de 2007, 02: 56