Guardiã da alma

Ana possuía um olhar poente
onde me escondia do mundo

controlava o sol na ponta dos dedos
pra quando eu me abandonasse
no roçar de (seu) um abraço

o céu é a orquestra desse seu sorriso
minha alma uma planície infindável

falá-la, trazendo-a em uma lembrança
é mais que senti-la
são segundos agarrados
pelas mãos que se desmancham

refogo minhas lágrimas no fundo da panela
numa alquimia
pela ressurreição de seus olhos
é o que faço aqui...

dias inteiros, noites, semanas, meses
atropelo o ínfimo
e tudo... tudo vira mãe

Tem pontos de dor que só Deus pode tocar




Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 13/06/2019
Código do texto: T6672209
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