A Lágrima
Senti descendo quentes,
Pelo meu rosto lágrimas ...
Elas são estrelas cadentes,
Que vem do céus de almas!
Peguei uma delas com cuidado,
Para ver seu conteúdo...
Brilhava como diamante lapidado,
Caleidoscópio do mundo!
Dentro da pequena lágrima,
Ví pessoas a gritar...
Sob nuvens de grima
Uma dor a ecoar!
Ví seres de todos os reinos,
Suplicando salvação...
Suas peles trapos finos,
Suas almas em escravidão!
Ví a maldade consumindo,
O que resta da pureza...
Ví um monstro grunhindo,
Devorando a inocência!
Ví olhos arregalados,
De pequenos seres indefesos...
Submetidos, assombrados...
Enjaulados...presos...
Para serem torturados,
Até a vida se dissipar...
Para que os seres negros alados,
De seu medo e angustia se alimentar!
Ví disfarçada a escuridão ,
Que ilude a realidade...
Cobrindo a visão,
Para não ver a verdade!
Transformando de várias nações,
Pessoa em assassinos traiçoeiros...
Em bestas feras, aberrações,
Envoltos num nevoeiro.
De onde surgem sorrateiros,
Exterminando sem piedade...
A raça produtora,
Da mais pura maldade!
De cada rosto que ví,
Dentro da lágrima chorada...
Ví fragmentos de dor,
Das almas dilaceradas.
A lágrima escorreu de minha mão,
Desaparecendo no ar...
Lembrando da visão,
Me coloquei a chorar!
Outras lágrimas vieram,
Meu triste rosto molhar...
Lágrimas também são prismas,
Que a escuridão vem dissipar!
Guardiã da Ventura,
Segunda- feira, 25 de Setembro de 2007, 00 55