SOPA

SOPA

A sopa quase pronta

Num frio que afronta

E no silêncio da casa

O tempo não passa

O livro mata o tempo

Enche a cabeça de devaneios

Que disso não passam

Viagem estática

Do nada ao lugar algum

A sopa pronta

Mata o frio que já não afronta

Surge o cálice de tinto

O calor aquece

O arrepio fenece

A sopa desce

Com macarrão de letrinhas

Que enche a pança

E a cabeça sem mais lambanças

Adormece de barriga cheia

Quem sabe sonhará com imagens

De gente letrada

Em poesias de lugar comum

Matando fome de saber

Para viver com mais dignidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 13/06/2019
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