SOPA
SOPA
A sopa quase pronta
Num frio que afronta
E no silêncio da casa
O tempo não passa
O livro mata o tempo
Enche a cabeça de devaneios
Que disso não passam
Viagem estática
Do nada ao lugar algum
A sopa pronta
Mata o frio que já não afronta
Surge o cálice de tinto
O calor aquece
O arrepio fenece
A sopa desce
Com macarrão de letrinhas
Que enche a pança
E a cabeça sem mais lambanças
Adormece de barriga cheia
Quem sabe sonhará com imagens
De gente letrada
Em poesias de lugar comum
Matando fome de saber
Para viver com mais dignidade