Quando não há...
Um dia, você me veio assim, do nada.
Querendo abrigo
Esparramou seus livros, sintonizou o rádio,
bebeu meu wisky,
filosofou sobre o infinito.
Queria concordância sobre o modo de viver a vida.
A sua vida.
Presenteou-me com todas as estrelas
Seriam as luzes do meu caminho.
Em sonhos, realizou todos os meus sonhos.
Nos seus sonhos.
E deu-me todos os predicativos.
Mas, vez alguma, sequer ouviu
o que meus gestos falavam.
Por algum tempo, enamorou-se de si mesmo.
Um dia, fui até você assim, do tudo.
Decidida a mover todos os meus músculos.
(totalmente inertes, sem sinais)
Desliguei o rádio, juntei seus livros,
abri a porta. Até nunca mais!