"DOIS FARÓIS"
Vagamente pelo caminho
Ouço a chuva a bater
Nos grãos de areia
Sobre o ressecado chão
Dois faróis sobre as pedras
O silencio das árvores
E o mundo
A cada dia morre um pouco
Horizonte hoje mais escuro
A poluição nos mata aos poucos
Os dois faróis
Ao longe não se vê mais
Vaga sem destino
A lua, o céu um pouco mais sem cor
Quantos anos mais até a morte
O tempo passa
Impaciente não vai esperar
E chove, caprichos desgastados
O tempo escuro
A árvore enfraquecida vai ao chão
Quantos anos mais até a morte
Apagaram-se os faróis
Calaram-se destruidora insensata voz
Lá fora a chuva em tempo feroz.