O real e o onírico

Cantava ele, para quem ia,

e nada para trás deixava.

Desvendava a sorte do novo dia,

sem surpresas, para a rotina brava.

A viola da trilha sonora,

contava tudo, como se fosse um circo,

voando em trapézio, sem rede de escora,

mostrando que a vida é um risco.

Para caber na história... um contorcionista,

com a alegria, um palhaço de sapato grande

cabia num baú, até se perder de vista,

e o riso ia, sem saber para aonde.

Caminha o circo, caminha a aventura,

no palco se equilibra sobre um barbante,

o sonhador se embrenha, é como se apura

passando , ou não, tudo é itinerante.

Misturam-se o sonho, a arena, a pipoca e a banda,

um mundo perfeito, em um passe alegórico,

um coquetel encoberto por uma enorme tenda,

alternam-se o real e onírico, em embate estoico.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 09/06/2019
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