O real e o onírico
Cantava ele, para quem ia,
e nada para trás deixava.
Desvendava a sorte do novo dia,
sem surpresas, para a rotina brava.
A viola da trilha sonora,
contava tudo, como se fosse um circo,
voando em trapézio, sem rede de escora,
mostrando que a vida é um risco.
Para caber na história... um contorcionista,
com a alegria, um palhaço de sapato grande
cabia num baú, até se perder de vista,
e o riso ia, sem saber para aonde.
Caminha o circo, caminha a aventura,
no palco se equilibra sobre um barbante,
o sonhador se embrenha, é como se apura
passando , ou não, tudo é itinerante.
Misturam-se o sonho, a arena, a pipoca e a banda,
um mundo perfeito, em um passe alegórico,
um coquetel encoberto por uma enorme tenda,
alternam-se o real e onírico, em embate estoico.