ACALANTO
A chuva cai devagar
e beija as pétalas da flor.
Eu choro baixinho a cantar...
Vou ninar o meu amor.
O vento sussurra às folhas
palavras doces, encantador.
Eu opto entre muitas escolhas...
Vou ninar o meu amor.
A lua prateia a noite,
co’as estrelas em seu andor.
Eu descanso do meu aloite...
Vou ninar o meu amor.
O sol incendeia o céu
com todo o seu esplendor.
Eu enfrento o lumaréu...
Vou ninar o meu amor.
O mar contra o rochedo
se joga, com força, bramidor.
Eu decido sem qualquer medo...
Vou ninar o meu amor.
Pode a vida perder o alvor,
pode o mundo se acabar,
ainda assim eu vou clamar...
Vou ninar o meu amor.
Afagar os seus cabelos,
aconchegá-lo no meu peito,
num cuidado mais que perfeito,
sossegar os zelos meus.
Psiu...Meu amor adormeceu.