Basta um olhar atirado ao peito
Basta um olhar atirado ao peito
falar do voo de uma ave é algo sagrado. entro por portas em um feriado na Irlanda do Norte. colho o ontem com os olhos, onde bem ali adormecia em seus braços. onde dois braços é uma multidão colorindo o deserto de verde. estendo uma mesa ampla com castiçais, tempero a alma, tudo sonha... do mar a cada noite ao piano roxo. vá menino! colha minhas lágrimas, ensine-as a migrar ao teu peito com a força de uma rosa. aninhe- me junto à sombra de tudo que cala. oferte-me as mãos para que me abandone atravessando o dia. faça do oceano nossa horta, cuide que sua alma floresça no frio, onde quero ser enterrada viva... pétala por pétala.