Rasgue as vestes num pano de guardar silêncio
velhos muros, teu sangue e a cor dos olhos
apagai-vos como uma foice rápida
traga qualquer chuva, uma garra delicada
menor que uma palavra
rouba-me a alma como quem rabisca o sagrado
deixe (só) meu vulto ao redor
converte-me em veneno
quiçá uma assassina ardente
que mata de modo suave
lento... súbito
rogai-me em tua boca
como sinos imóveis
peito em suspensas fugas
... num mundo tão morno
brinque com o verbo e o tempo
traga-me o infinito em golpes precisos
como uma oração cantada
desenhando o pecado
longe do tempo e das horas
como quem sopra o ar e nada vê
porque está olhando com olhos sem firmamento
guarda-me em um par de asas
no mero abandono de um silencio
velhos muros, teu sangue e a cor dos olhos
apagai-vos como uma foice rápida
traga qualquer chuva, uma garra delicada
menor que uma palavra
rouba-me a alma como quem rabisca o sagrado
deixe (só) meu vulto ao redor
converte-me em veneno
quiçá uma assassina ardente
que mata de modo suave
lento... súbito
rogai-me em tua boca
como sinos imóveis
peito em suspensas fugas
... num mundo tão morno
brinque com o verbo e o tempo
traga-me o infinito em golpes precisos
como uma oração cantada
desenhando o pecado
longe do tempo e das horas
como quem sopra o ar e nada vê
porque está olhando com olhos sem firmamento
guarda-me em um par de asas
no mero abandono de um silencio