Pele & poesia


sentir o tempo

(algo que toque) como um tufo de cabelos
(em) qualquer que fosse o lugar pintado
no vão das coisas
seguindo o cheiro de uma gaivota

ajoelhar em paz uma lágrima
enterrar uma nuvem no mar
... para ecoar o tremor das mãos

e fosse, pois, um pouco de primavera ao inverno
com o coração batendo como uma metralhadora
seu destino tranquilo
... em um pôster, num quarto de criança

quando enfim a casa fica em silencio
e o negro dos cabelos espalha a noite
como um gatilho sem disparar
‘lumiando’ o concreto suave das horas
(a escrever música sorrindo)

fosse ‘breve’ substantivo
e poesia fosse reconhecida pela polícia
como lar, laço que não tem fim
na pele do poeta, o tempo.



 
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 07/06/2019
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