Abstração

Werlis Mota (@donxdetodasascores)

Falam do real e de seus prazeres,

Enquanto os loucos dominam os três poderes...

Falam de seus mestrados e seus doutorados,

Mal sabem que o mundo é um crime inafiançável...

Roubam do mundo;

Roubam do fundo da alma dos humanos,

São seres sem deveres, se jogam no desengano.

Em naufrágio, percebem que a vida se perde no horizonte

Ela é fria e os ventos da vida conversam com a gente.

E quem somos nós? Sentados nos vagões da vida

Esperamos uma despedida...

É uma mistura de várias histórias;

Ponho pra fora, então, não ignora

Eles apavoram, apodrecem, adoecem

Cantam, dançam e no final atiram confete no povo negro,

Presente de grego, greco-romanos, tiranos, espartanos atuais

Falam da morte epistemológica, são racistas, desiguais

Viva a antropofagia, ela os anuncia,

Corre sem deixar vestígio, devoram os povos tribais

São canibalismo vivo.

E na beira do abismo, bem na ponta do penhasco, sinto o teu asco,

Me despedaço e me refaço, pois eu tenho o controle de mim

Não me fale sobre a conjuntura, que injúria!

É pecado capital, do capitão, do carnaval, passam mal, já é natal

São a famosa distorção de contexto, social, econômico, político-cultural,

Jogam no lixo, eu insisto, tratam-me como animal...

Nunca pedi sua atenção, jogue fora, queime no lixo, essa é minha abstração.