Palavras...
PALAVRAS...
Poetas não se sufocam
com palavras...
Sufocam, se lhes faltam.
Que os vocábulos jorrem de mim
puros e claros feito água de mina.
Que venham em bandos feito as aves
pantaneiras...
Depois, que me chegue um silêncio de
rigoroso inverno.
Até que eu me volte ao estado de claridade
das candeias de canto.
Somente assim eu me volto ao ontem e
revisito o menino que eu fui.
E que até hoje ainda permeia as minhas veias
e ideias de homem!
As palavras é que me alimentam o corpo e a alma
de poeta sedenta de termos.