O QUE IMAGINO SINTO ANTES DE ESCREVER

O que escrevo sinto antes com a imaginação.

Todo poeta nasce meio torto,

com sorte alguns conservam uma das asas.

Eu sou o som de uma estrela morrendo,

brilho ofuscante que já não existe mais.

Pulso encarnado vivo. Enquanto isso durar espelho a eternidade,

centelha concentrada. Sei que por isso escrevo, quem lê é feito de luz

unificamos fios na trama. Nesta asa somos nós voando.

Alcançar a realidade nada tem com isso, sou poeta e a realidade não existe. Mais e maior é o mito que guarda unidade sendo partícula, parte do mistério não dito.

Tudo está desintegrado sem conforto desde a origem.

A nossa consciência expande domínios para não se sabe onde. Mas é bom se tudo está conforme. No desaterro da existência me sinto amparado porque minha palavra caminha, vem da Andaluzia, é palavra andarilha.

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Baltazar Gonçalves

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 06/06/2019
Código do texto: T6666414
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