A escrita é uma ação criminosa.
O biógrafo, o autor do seu próprio crime.
Esse crime que é escrever, aceso ao fôlego, tomado de um animal violento, com as unhas cravadas ao peito, cavando na fundura das raízes, dos espelhos profundos, revolvendo e respirando as constelações, não é senão a força e a obscuridade aberta às próprias queimaduras.
Através delas vejo rostos, laivos, buracos negros que fulguram acerca da vida e da morte, como uma ferida viva, pulsante, fechada atrás da matéria, e na própria carne dilatada - à língua, o dorso, os pulmões, à garganta, como um alimento brutal, uma beleza brutal, latente e nítida no sangue da minha memória .
O biógrafo, o autor do seu próprio crime.
Esse crime que é escrever, aceso ao fôlego, tomado de um animal violento, com as unhas cravadas ao peito, cavando na fundura das raízes, dos espelhos profundos, revolvendo e respirando as constelações, não é senão a força e a obscuridade aberta às próprias queimaduras.
Através delas vejo rostos, laivos, buracos negros que fulguram acerca da vida e da morte, como uma ferida viva, pulsante, fechada atrás da matéria, e na própria carne dilatada - à língua, o dorso, os pulmões, à garganta, como um alimento brutal, uma beleza brutal, latente e nítida no sangue da minha memória .