Balé das marés


com a unha pintada 
chega diante do espelho 
sem nenhum pensamento fixo. 
num nível avançado de precipício, 
tabuada de multiplicação decorada. 
atômicos nadas. 
e metade da Inglaterra 
se afogando em telegramas. 
o mundo aos poucos diminuindo, 
tua lembrança amor, presa em outro lugar. 
sem ninguém pagar fiança... 

rebaixa o teto do céu, 
apaga as estrelas. 
aumenta a música ambiente 
dança só pelo verbo amar. 
sexy sem querer. 
molha os cabelos, 
na água que sobrou do dilúvio. 
ao mesmo vento, 
busca teu corpo, rifa uma saudade. 
alinhava o tempo. 

entra então, o comercial na teve 
como uma troca de facadas 
na mesma fatia do verso. 
(...) sonha te para depois. 

obs: em 2014, ainda existia telegrama...