Inércia vital
No silêncio da noite, os demônios fazem festa
Dominando o corpo abatido
Se flagelando, com os espinhos que ganhaste
Com seu chicote cravando cada vez mais fundo na pele
Perfurando seus ossos
Seu corpo já esmarrido pede clemência
Suas esperanças escoando pelas mãos
Gritos inaudíveis rompendo o silêncio
Cada vez mais alto
A cada chicotada, um suspiro, um pranto
O som da carne sendo rasgada
Abrindo feridas cicatrizadas, a cada golpe
Expondo mágoas, através da carne rompida
Se fechando ao nascer do sol,
Desfazendo-se da velha escama.