Inércia vital

No silêncio da noite, os demônios fazem festa

Dominando o corpo abatido

Se flagelando, com os espinhos que ganhaste

Com seu chicote cravando cada vez mais fundo na pele

Perfurando seus ossos

Seu corpo já esmarrido pede clemência

Suas esperanças escoando pelas mãos

Gritos inaudíveis rompendo o silêncio

Cada vez mais alto

A cada chicotada, um suspiro, um pranto

O som da carne sendo rasgada

Abrindo feridas cicatrizadas, a cada golpe

Expondo mágoas, através da carne rompida

Se fechando ao nascer do sol,

Desfazendo-se da velha escama.

Mikaela Ferreira
Enviado por Mikaela Ferreira em 02/06/2019
Código do texto: T6663235
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