Perdão

Vi um pai apontando

o dedo para seu filho

Pude ver, então,

este mesmo filho

Apontar uma arma

para minha cabeça

Pois, então, que eu pereça

Para que, depois, renasça

Pois o poema é um espelho

E o pai era eu mesmo

Como foi também meu pai

E o menino era meu filho

Como fui também outrora

E, mesmo que não mereça,

Tortura-me a lembrança

Perdão por ser poeta

Mas também sou pai

E sou também criança

D.S.