Leitura da alma
Quem olha de longe, julga que é solidão,
talvez seja,
ninguém consegue chegar mais perto,
dum poço de mistério em sua desolação.
A alma seca, vê as cores refletidas
nas poças dágua que não refrescam a sua esperança
sem voz ou expressão.
Será, nada existe dentro ou fora de si,
ou um desejo arrebatador, na cor esmaecida
revela uma vontade de ficar ou partir.
Lá fora, a lua clara, gigantesca
alastra o seu brilho sobre o mar,
encantando, querendo iludir,
enquanto pensando em varar a madrugada,
alguém se põe à caminhar,
sem nada de incompreensível ousar traduzir.
Já outro, desatento, engaveta seus sonhos,
e velhos pensamentos atravessam
as vidraças,
para além do oceano, tentando se reencontrar,
antes que a sua essência venha a acabar,
porque tudo nessa vida passa.
Sou pretenciosa, onde quer que eu veja, sinto,
reconheço uma alma aflita,
aparentemente tranquila, livre, escrevendo
frases, coisas bonitas.
A pouco, vi uma outra,
quis se esconder no fundo da folhagem
mirar o azul do céu ao fundo, mas,
não conseguiu, voltou à sua realidade,
já era mais uma noite,
fechou as pálpebras vencidas pelo sono,
esqueceu as dores, e adormeceu infelicidade.