E Venceremos

a arte a

qual assino - ou prescrevo

vive do timo e do pão,

o cozer de um peão

óleo de Tomilho - e Tomilho Serpão (planta)

mas (deitado) sonho como

os pássaros que revoam até as nuvens

e

sonham em ser astronautas de uma nave espacial

e

os astronautas a se encandecerem

como as estrelas de um vasto e sideral

o que ensina o desprender da (minha) rima

a própria rima,

me condena,

mas aproxima (o objeto)

escrupulosamente à dura verdade

- Quão duras são as mãos quais não choram os Cravos e

Cravos-flor, peão?

E ele, me responde

- Escravo do escarro, me recluso - ou abuso - aos céus que não uso (das oficinas, dos talos de madeira) e caio como os anjos caem caídos todas as manhãs

mas são as manhãs abril (que não é mês)

que pintam em tons avermelhados as penas das asas dos anjos

que aguardam com os pássaros

à revoada

das Primaveras.

Jeronimo Collares
Enviado por Jeronimo Collares em 31/05/2019
Reeditado em 01/06/2019
Código do texto: T6661808
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