Temor

Sofro... vejo o vão e o desespero envasando

Os pensamentos inventivos, agora são atoa

Abandona-me a fé, pouca, fé que me atraiçoa

Chora o peito e, o olhar, em lágrima sangrando

Me perdoa!

Que fazer pra ser os de sorte? Os de boa!

Se a ambição na lama, neste poetar nefando

Fala em glória, com aspereza de ser brando

Quando na verdade a sofreguidão amontoa

O tempo expirando!

Choro... sofro... sobre a desdita e a oração

Padeço no silêncio engasgado na garganta

Amarga a ilusão que na inspiração agiganta

Haja emoção!

O que se fazer neste infortúnio, sem enredo?

Sacripanta! A piedade não se fará de infanta

Deixe este poetar poetando, e levanta!

Que medo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

31 de maio, 2019 - São Paulo (Brás)

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 31/05/2019
Reeditado em 30/10/2019
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