Alvoroçado pavor

Estou sentindo os dias me rasgando

A navalha do tempo me dilacerando

E a cada pedaço caído, um vazio preenchido

Com uma sombra, no abraço da noite sem lua

Esses momentos vão e voltam,

Os tempos agudos sempre voltam

A compreensão sempre muda

E a mesma coisa envolta a nós, padece...

Minha cabeça, que me adoece

Os meus olhos explicam para minha alma

Que a situação não exige calma

E mesmo sem ter destino

A pressa de chegar sorrindo

Desperta um alvoroçado pavor

Que tentamos, com a vaidade e a beleza,

Essa gigante inimiga da verdade

Viver com alguma destreza

E esconder nossa mediocridade...