Godard e o Cine Clube
O jovem filósofo careca,
porque pensa que pensa, crê que não peca.
Alma ingênua. Idade ingênua,
se a vida não fosse tão pequena.
Mas assim é, ilustre Pessoa;
a rebelião (que não houve) ainda ressoa
no velho museólogo que discursa:
é preciso cidadania! Civilizada anarquia . . .
O velho do câncer não trouxe seu livro;
noutros, sente-se o alívio.
Até no bailarino que perdeu a perna, mas não o equilíbrio.
Enquanto isso Godard explode na tela.
Saúda-se Maria, tão mulher
quanto outra qualquer.