Orelha morta
A orelha morta
que não transmite
a realidade vivida
nas ruas...
nem percebe
os gritos no escuro,
o sussurro do medo,
o sol do meio dia...
A orelha morta que
não percebe a
mudança do tempo,
que se manifesta
em abuso ao som
estremecido que
ecoa aos ouvidos
dos outros...
A orelha morta que
não importa o que
acontece ao seu
redor, não sente
o cheiro das rosas
por não ser nariz...
A orelha morta que
simplesmente
não se importa,
nem comporta
autoridade que
ela não tem...
Mauro Vasconcelos