Ninguém me chama de Adoniran
Sou um poeta sem rima
Não me chamo Raimundo
Ninguém me ama
Ninguém me chama de Drummond
Sou um poeta sem-letra
Que vaga por ai sem lar
Ninguém me lê e nem me xinga
Ninguém me chama de Gullar
Sou um poeta paulista
E vago pelas ruas da Cidade
Ninguém me descobre
Nem me chama: Mario de Andrade
Sou um poeta da rua
Das vilas de sampa
Lanço verso, faço um samba
Ninguém me chama de Adoniran
Sou um poeta sem livro
Assim não dá, De que vivo?
Escrever no muro, tenho medo.
Respiro: poeta bom é poeta vivo
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