Autoestima
Mesmo de cabeça baixa, aprende-se muito.
Devo muito à minha autoestima!
Respeito, respeitar, respeitar-se, seguir em frente...
Abaixar a cabeça e permitir-se erguê-la novamente
é chance nova ofertada pela vida, de secar as lágrimas,
de cicatrizar as feridas, de constituir referências.
Fazê-lo frente à sabedoria dos mais velhos,
não é vergonha alguma.
Nem mesmo inclinar-se frente ao opressor,
é ser ignorante ou fazer-se menor.
Demonstrar sabedoria é saber a hora de abaixar-se,
de inclinar-se e reverenciar ao outro, enquanto com ele aprende
e sem saber também o ensina algo.
Ser humilde em uma sociedade de superegos aflorados,
não é demérito.
É demonstração de elevado caráter
e de robusta envergadura moral.
Estar no auge é saber baixar a cabeça quando necessário
e erguê-la, quando for preciso encarar seus monstros
olhos nos olhos.
Ser educado, calmo, paciente, resiliente é dádiva,
concebida apenas aos verdadeiramente maduros de alma.
Mesmo se baixar a cabeça um dia, por vontade própria
ou por imposição alheia, mesmo assim, ainda poderá ver
o caminho que perfazem seus passos.
Mesmo mancos, mesmo rôtos, em desalinho ou falhos,
poderá escolher pisar as pedras ou saltar por sobre elas.
Se escolher o caminho da felicidade,
pode até ser que lágrimas corram fugidias de teus olhos,
e mesmo que caiam de seus olhos lágrimas noturnas e solitárias,
ainda assim, estarão repletas de doces e irreversíveis sorrisos
cicatrizados na poeira comovida pelas gotas caídas no chão.