Nenhum homem pode roubar

desarrumou os olhos

com uma saudade ocasional

daquelas que nenhum homem pode roubar.

com certo descuido

marcou com um x

o final do mês já puído.

deixou o amor na área de serviço

caminhou pela cozinha

como se estivesse atravessando uma ponte

seguindo as pistas da tua falta.

usou os dedos para desenhar seu rosto

estendeu a mão lá no fundo

mas você não estava mais lá

nem mesmo o corpo...

a noite cospe de lado

a luz se apaga

apagam-se os moveis

e tu?

desfez-se aos poucos

na maresia de outro poema

rumo ao esquecimento

devora-me.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 27/05/2019
Código do texto: T6657760
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