Aprendi que não devo ser tão frágil
Aprendi que não devo ser tão frágil
a ponto de chorar como criança,
mas quem dera eu pudesse ser mais ágil
para evitar a quebra da balança.
Tenho em mãos de namoro uma aliança
e ela, desapontada, está distante;
quem dera ter em mãos a confiança,
não possuir o anel, mas ser galante!
Ora, sei que tão logo como o instante
a teria, contente, para mim.
Não choraria, e, sendo sempre avante,
ela diria um dia: "Quero-o sim".
É tempo de ser ferro, não cetim;
deixar de ser menino finalmente.
É tempo de mostrar a que que eu vim,
honrar o cromossomo diferente.
Honrar o compromisso, ser valente,
dar basta aos que me dizem poetisa,
deixar que a maré jorre, a morte vente,
ser tudo de que a Abelha, sei, precisa.
A masculinidade prioriza
a força, a calma, o espírito constante.
O oposto disso Deus, sei, ojeriza.
Chorar é a atitude mais vexante.
Assista agora à chama minha uivante
mudar o coração amolecido,
passarei de covarde rastejante
à potência de um símbolo marido!
26/5/2019