Faceta
Suprime a vida quem apenas vive
Sem amar desmedidamente
As coisas simples do mundo caquético.
Em vão se busca aquilo que jamais
Há de nos pertencer: a perfeição do eu.
Com que intuito acabar uma obra
E assim limitar pra sempre
Seus mistérios, seus segredos, suas dúvidas.
Porque quem ama não pode saber
O que ama e assim deixar de amar.
É mister desconhecer, descobrir é mundano.
Coloca-te através de enigmas e verás
Que poucos irão te complexar.
Querer é desejo eufemismado
E não confie em eufemismos.
O tapa na cara te acorda e te dá a luz.
O choro mostra que estais vivo.
Se desatas tu mesmo as amarras
Dos impropério de teus colegas de humanidade
Vais ver que sempre foi livre,
E que tua cabeça foi teu albatroz.
A felicidade vira escárnio da materialidade
Dos corpos vazios e opacos, enquanto
Fabricas teu próprio antídoto que de
Nada serve perante a acidez do veneno
Que te mata midiaticamente
Sem teres te amado simplesmente.