(IN)FORTÚNIO
(IN)FORTÚNIO
E aqui sentado
O espelho por testemunha
Vejo um velho quadro
Retangular ou quadrado
Pouco importa
Está próximo a saída pela porta
De entrada
De alma suja ou lavada
O espelho não mente jamais
Te consome e sempre quer mais
Rusgas entre rugas
Quedas dia após dia
Levanta-te e anda
Ainda respiras
Suas as tuas inconsistências
Esperas que a ciência
De um jeito na morte
Não prá ti um sem sorte
Mas num porvir distante
Em que nada será como antes
Seremos homens máquinas
Maquiavélicos maquinando
Inimagináveis momentos
Recheados de ventos
Tempestuosos em terra arenosa
Apenas bonsais prosas
Serão o que restou
Dos que ainda respiravam
Ares oxigenados
Agora carbônicos
Alimentando seres inumanos
Anos e anos de novas fontes
De vidas em horizontes
Desprovidos de morte
E juízo sem final