NOSSO CERRADO
Autoria de: Regilene Rodrigues Neves
Oh! Minha terra
Não vejo mais em teus cerrados
Os buritis que te enfeitavam
Saciando a paisagem da tua vida selvagem
Tecendo em teus coqueirais
Uma folhagem que embelezara
Nossas cabanas
Cobrindo-as com tuas folhas fartas!
Cerrado de pequis extintos
Que alimentou-nos e deu nome a nossa terra
Terra do arroz com pequi,
Do frango e da gabiroba
Oh! Minha terra
Porque desfaz do teu nome
Nas mãos do homem que a extermina
Fazendo de ti uma chacina?
Já não plantas
O cajuzinho e a mamacadela
Entre outras que cobria nosso cerrado
E alimentavam nossa terra!
Oh! Homem
Sem terra
Sem nome
Seu caminho é devasto
Tuas mãos trazem os calos
Da violência que apaga tua história...
Um dia olharás o campo
Verás que tuas mãos trabalharam
Mas sentirás a dor
Do cerrado que matou
Não verás teus frutos
Nem sentirás orgulho
Pois os teus frutos não replantaram!
Minha terra
Fez-te lavouras e estradas
Por onde passei
Não avistei tua vegetação
Nem vi tuas florestas
Cobertas de farturas
Que encobriam teu cerrado
Mas vi teu progresso
No regresso da minha história!
Ac.29/10/2001