Semeando orvalho
esse pedaço de noite florindo doce
balé de estrelas embalando a rede
exaurindo o antigo choro
desmanchando dos cabelos o negro
a solidão que se segue
sem nenhuma queixa
levanta a paz no ar
morre incansavelmente no peito
tenta compreender o tempo, de tanto ser.
deita do meu lado, se você não está.
manda buscar teu nome para meus lábios
quando falta teu corpo
nasce a ausência na fotografia
semeando o orvalho onde incessante anoiteço
até os olhos tomarem conta de tudo.