ESQUECENDO

Andava querendo desistir
do amor
quando na esquina que separa
o verão do outono
dei de cara comigo.
Era eu outra vez
num lugar conhecido.
O trem partia rumo ao sul
e eu sem norte.
Nem lembrar de ti me ocorreu.
Cão sem dono,
de resto uma pontinha de dor.
A ausência de um amigo
sugeria que não fosse eu
a andar assim perdido,
longe da minha estrada azul,
de minhas fadas, de todo o talvez
que me fazia insistir
na definitiva sorte.
E nem lembrava de ti, minha cara.