INSÔNIA, A CONFISSÃO e UM TEXTO COM O TÍTULO GRANDE O SUFICIENTE PARA TE DESANIMAR DE LER UMA POESIA COM RIMAS ÓBVIAS E CLICHÊS

INSÔNIA

Uma hora dessas acordado

Sem sequer o olho ter pregado

Nem bocejo, nem tosquenejado

Então eu me propus a escrever

Quem sabe a espera do enfado?

Ou a falta da amada ao lado?

De um sentido nunca achado

Ou de um motivo pra viver?

De um tempo bom tenho lembrado

Um riso meu tem despontado

Mas rapidamente é apagado

Pelo "hoje" em que me encontro

O tic-tac acelerado

Caindo em mim, estagnado

Digo: "Sonho, veio atrasado

Pois pra sonhar não estou pronto!"

É noite. Ainda estou deitado

A lata o cão já tem virado

Enrolo, me viro de lado

Luz apagada nos conformes

Meu coração desapontado

Sussurra o que pra mim é brado:

"Meu corpo está muito cansado

Mas é minh' alma que não dorme."

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A CONFISSÃO

Senhor, eu venho aqui mais uma vez

Falar de tudo quanto Tu já sabes

Certeza, ânimo, isso em mim não cabe

Pois cheio estou de dúvida e tristeza

Se fosse a Queda uma, duas, três

Eu poderia até tolerar mais

Mas quedas em excesso? Tá demais

A soma disso tudo é minha frieza

Senhor, Tu que és Santo e Onipotente

Eu não me engano com falso falar

Não queira eu, jamais, romantizar

O teu caráter, a verdade é esta

No que a bíblia diz nisso sou crente

Porque ela é a verdade da tua boca

Porém as minhas forças, já tão poucas

Só uso elas para o que não presta

Não basta um pecar apenas, Deus

Meu mal é meu prazer nisso que faço

Chorando, sofro, mas espinho abraço

Por causa do gozar que eu obtenho

Digo que sou um dos Amados Teus

Mas minha vida é uma contradição

Do Santo tenho o SIM, mas quero o NÃO

Pra sentir liberdade que não tenho

A última oração que a Ti fiz

Eu nem sequer me lembro o que falei

Mas pode ter certeza que lembrei

O numero de dias que não oro

Quem Te obedece é mais que feliz

É servo forte, tal crente maduro

Verão a Deus os de coração puro

Mas eu, o oposto disso, hoje imploro

Eu simplesmente cansei dessa vida

Não quero me matar, não é nada disto

Porém eu ser cristão sem amar Cristo

Não parece nem um tanto correto

Nova morada tenho prometida

E o Consolador pro meu socorro

Mas só pecando, desse jeito morro

Por dentro ante meu Cristo ressureto

Sou eu um paradoxo completo

Que posso a muitos aconselhar

E todavia não consigo andar

Com minhas próprias pernas que eu caio

Comida tenho, roupa e um bom teto

Amigos mil. Ao redor muitos são

Por que ainda sinto solidão?

Percebo que sem Ti sempre me esvaio

Se queres acertar-me com um raio

Medo me dá, mas serás reto e justo

A salvação de graça teve um custo

Um alto preço foi me resgatar

Orando agora, certa força extraio

Sabe de onde veio-me o vigor

Se fosse apenas pra dizer: "SENHOR!

Sou barco frágil que perdeu-se ao mar!"

Infelizmente não espero nada

Apenas a resposta de teus lábios

Conselho? Já pedi para os mais sábios

Mas o pecado de mim não se afasta

Senhor, termino nessa madrugada

Uma oração sincera escrever

Não ouço tua voz me responder

Talvez esteja, nisso posso crer

Silenciosamente a me dizer:

"MEU FILHO, A MINHA GRAÇA TE BASTA!"

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UM TEXTO COM O TÍTULO GRANDE O SUFICIENTE PARA TE DESANIMAR DE LER UMA POESIA COM RIMAS ÓBVIAS E CLICHÊS

Eu sinto que posso amar-te de longe

Mentira nefanda: a distância separa!

Quem fala tal cousa a mente arruinara

Pra sorver da vida apenas lisonjas

Eu amo-te mesmo; intenso, vibrante!

Seu doce silêncio só me inspira mais

À redigir versos que força me traz

Para ver-te sempre, dulcíssima amante

Inda não casamos, detalhe restante

Mas desejo muito versar face a face

Dizer-te poesias que rumo nos trace

Pra guiados sermos como dois infantes

Latente desejo da alma arroga

Teus olhos, teus lábios, teu corpo, teu tudo

Enquanto sem ver-te eu estava mudo

Agora te vejo; meu anseio em voga

Outorga-me, tempo, mas 5 minutos

Ainda não usei a verborragia

Pra poder dizer-lhe tudo que sentia

Os nossos encontros estão diminutos

Você em silêncio apenas contempla

Teu mais nobre amante que tanto te quer

Também me desejas, augusta mulher

O que nos impede é apenas o tempo

Mais um poucochinho me espere, anseio

Mudar-me pra cá pra estar bem mais perto

Estou trabalhando e isso já é certo

A minha mudança, aos poucos, já veio

Por que não respondes, ó doce rainha?

Me deixas falando sozinho, unitário

Tu achas que eu devo ser um ordinário?

Desculpe, meu bem! Que tolice minha!

Tem gente chegando, eu já devo ir

Não quero que ninguém descubra o segredo

Quem ama de fato também sente medo

De por um descuido ver o amor ruir

Eu nunca irei cometer adultério

Jamais em minha vida irei te trocar

Até logo, amor. Só vou reclamar

Com aquele idiota que está a gritar:

- "O horário acabou! Não pode ficar

Vou ter que fechar, moço, o cemitério!"

Leandro Severo da Silva
Enviado por Leandro Severo da Silva em 24/05/2019
Reeditado em 21/08/2019
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