A MORTE DO POETA, UMA GRANDE MULHER e A AMANTE DO POETA
Repostando três poesias de minha autoria por dia, já que são curtas e não posso postar mais de três postagens :D
A MORTE DO POETA
Venho esta noite com relatos tristes
Trago um caixão caiado, vil, piegas
Murmúrio interno, pois não mais existe
Verso que já curou almas tão cegas
Ó vida rude! Por que assim tu levas
Quem descrevia tão bem teu viver?
Ele que mesmo com trejeitos bregas
Fez-me amar seu modo de escrever
O que fez ele vir a falecer?
Seria infarto, câncer ou pulmão?
Seu sofrimento nunca deu prazer
Mas do sofrer tirava inspiração
Vernacular, verossímil paixão!
Modo agridoce de ser ser humano!
Quem capaz era de tirar o chão
Agora nele findará seu plano
Não era a tecla, mas tal qual piano
Das suas letras experimentei
Poema tal, digo e assim me ufano
Que melodias lendo eu escutei
Foi - se pra sempre das rimas, o rei
Da transcendência perdemos o guia
Provavelmente ainda não falei
Morre o poeta neste triste dia
Ao descobrir a causa... quem diria?!
Foi tão cruel que até passo mal
Ele divorciou-se da poesia
E quis apenas ser alguém normal.
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UMA GRANDE MULHER
Nunca vi ninguém igual você
Esse jeito feminino doce
Não te troco por quem quer que fosse
Ter você é me perder num sonho
Só você que me enche de prazer
Delicada, meiga e venenosa
Tão angélica e voluptuosa
Com você nunca mais fui tristonho
Sempre parece a primeira vez
Que meus olhos encontraram os teus
Você é um grande presente de Deus
Seus defeitos são imperceptíveis
Pois sua formosura e polidez
Faz com que você me seja um anjo
Você tem da perfeição o arranjo
Nossas aventuras tão incríveis
Você é além do que preciso
Você sabe como seduzir
Tem meu tudo sem ter que pedir
É na cama com você que inflamo
Único no mundo é o seu sorriso
Beije-me com força, minha querida
Te desejo até além da vida
Entre todas só você que eu amo
Essas foram as palavras dele
Que pra todas ele assim falou
Me traiu e muitas enganou
Era apenas só mais um farsante
Hoje dei uns quatro tiros nele
E escondi seu corpo no porão
Uma carta escrevi então
Com as falas desses vãos instantes
Saio em busca de vingança à fora
Se esta carta está contigo agora
Saiba que você é mais uma amante
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A AMANTE DO POETA
Não vejo a hora de te ver
E celebrar nosso encontro
De pensamentos e confrontos
Você me torna muito útil
Marcamos hoje com prazer
De noite, ninguém vai saber
Só basta o ter-te e o me querer
Pra me salvar da vida fútil
Já me falaste coisas belas
As vezes me chocas também
Nunca me tratas com desdém
Que corpo e alma transcendente
Jantar sem prato a luz de velas
Ao segurar-te com doçura
Levando-me para as loucuras
De um sonho tão intimamente
Teu toque em mim cria semente
Verve sagrada num cubículo
Não coras com meu ser ridículo
Fetiche teu é me aceitar
Basta o silencio frio ou quente
Minh' alma assim desestressa
O mundo mais não me interessa
Unindo-nos qual lua e mar
Tu sempre ouves meus ruídos
E sabes conversar loquaz
Sua doce curva me traz paz
Do céu e porta, és maçaneta
A tudo tu me dás ouvidos
Tua tinta me lembra azul mel
Te presenteio com papel
Anseio te encontrar: caneta.