Como se não houvesse mais nenhum som, senão uma farpa encharcada de silêncio...

decompõe-te ao novo ensaio, enreda à tinta de sonhar-te, tal uma teia fermenta o antes, enlouquece a boca num duelo, impera-te.

rasga-me às veias, em noites imensas, viciando o calendário.

à imensidão de ser-me, sobre tua cintura que foge.

abre um parêntese, margeia o nada, espalha então, tuas asas

disseca o telefone por dias, implícito.

sossegue a ilusão, ao que não basta.

passeia-te pela casa, implora-te às paredes

roça a emoção, inebria-te.

fica-te maior, interrompe o vestido, absoluto.

ri- se do que está escrito

beija o beijo, encharca-te

morra em minha cama, esquecendo-te...

rompe a cor de não te saber, nem te evitar a sombra

fere o que tem que ferir, acalmando o peito.

... como se não houvesse mais nenhum som

senão, o teu.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 23/05/2019
Código do texto: T6654808
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