Essência






Quando chove, sinto ainda mais a poesia, mas,
não sei o porque, se faz sol, a poesia esquenta
minha alma que alvoroçada, louca,
corre o mundo, deixa-se invadir...
E o dia vai acontecendo, a manhã já foi embora,
sem ter para onde ir.

Passo pelas ruas, vejo coisas que não me inspiram,
mas, inspiram compaixão.
Que tristeza o isolamento da desigualdade,
que vive num mundo sem esperança ou ilusão.

Enquanto a minha alma, que não descansa,
vaga pelos céus e pelas ruas, pelas calçadas.

Quem sabe fosse melhor não ser poesia,
melhor não procurar entender, mas, se não fosse,
como lembraria do passado que me trouxe aqui
e que não me convém esquecer.

A poesia acalma, acalenta, e também fere,
rasga as feridas,
expõe um coração que quer endurecer, mas, não,
ele pulsa no encantamento da vida.

Coração cuja essência é leve, não adianta querer mudar,
algo que insiste em acontecer dentro e fora de você.


Liduina do Nascimento
 
Enviado por Liduina do Nascimento em 22/05/2019
Código do texto: T6653706
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